Focinho


 Focinho úmido, geladinho,
Preto, marrom, desbotadinho,
Simples e lindos focinhos.

Ah, se as pessoas soubessem o valor de um focinho,
Focinho medroso ou metido,
Focinho manhoso, carinhoso,
Simples amigos focinhos.

Ah, se as pessoas tivessem ao menos um focinho,
Não sobre o próprio rosto,
Mas em carne, pelo e osso,
Fonte pura de carinhos.

Ah, se as pessoas protegessem os focinhos,
Focinhos que vivem sozinhos,
Amores desperdiçados; focinhos amargurados,
Focinhos pra todo lado.

Ah, se as pessoas conhecessem os focinhos,
Quanto amor, quanto carinho,
Anjos peludos, sem narizinhos.
Anjos fofos atrás de focinhos.

Ah, se eu pudesse ver todos os focinhos,
Amados e acolhidos,
Crianças da criação, anjos de bem querer,
Focinhos em plena evolução.

Ah, se as pessoas soubessem,
Quanto amor e dedicação,
Quanta vida, quanta paixão,
Quanto vale o amor de um cão (ou de um gatão).

Ah, se eu pudesse mostrar para todos,
o valor de um focinho,
A gratuidade de um carinho,
O que existe de verdade,
Por trás de um simples focinho.

Poema de Claudia Zippin Ferri

Nenhum comentário:

Greenpeace