Que país é esse... A confissão da "Bruxa"?

Estava almoçando e na banca em frente tinha uma revista que o titulo chamou minha atenção "A confissão da Bruxa", logo pensei que era uma bruxa que resolveu falar sobre sua magia.
Quando me aproximei e li as letras amarelas abaixo percebi do que se tratava, essa mulher esta sendo chamada de BRUXA, pois espancou uma criança de 2 anos, criança essa que pretendia adotar.

Uma pessoa dessa revolta qualquer um, mas o fato de tê-la chamado de bruxa me entristeceu também, em pleno século XXI as pessoas ainda associam a imagem da bruxa  a pervessão, a coisa feia, a maldade.
Quanta ignorancia. De qualquer forma fui no site da VEJA para entender melhor do que se trata, para saber a história dessa pessoa que estão chamando de BRUXA.
Aproveitei também para reclamar, tenho certeza que eles poderiam achar outro termo para expressar a maldade desta mulher.

Se você também quiser reclamar sobre a "comparação" de péssimo gosto, bote a boca no trambone: veja@abril.com.br



Vou colocar aqui um pouco da matéria que retirei do site da VEJA

Os contos de fadas, cujos heróis enfrentam bruxas malvadas e lobos maus, inevitavelmente acabam bem. São uma forma de as crianças encararem e exorcizarem seus medos e angústias, dizem os psicanalistas. Mas, só no Brasil, há milhares de meninos e meninas que descobrem, desde muito cedo, que bruxas malvadas e lobos maus podem existir de verdade - e, pior, habitar a casa onde eles moram. A procuradora aposentada Vera Lúcia de Sant’Anna Gomes, de 66 anos, é uma dessas bruxas malvadas de carne e osso. Presa de número 323 010 do Complexo Penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro, ela se entregou à polícia depois de passar oito dias foragida, acusada de torturar com frieza e fúria uma menina de 2 anos que estava sob sua guarda. Na semana passada, Vera Lúcia falou a VEJA. Estava vestida com o uniforme das presidiárias - blusa branca de malha, calça azul e chinelos de dedo -, tinha o cabelo pintado de loiro em desalinho e as unhas cor de vinho. Com os olhos fixos e a voz exaltada, ela negou a série de maus-tratos de que é acusada de infligir a T.E., a menina que estava prestes a adotar - mas assumiu sem nenhum fio de remorso a humilhação a que submeteu a criança. "Chamei a garota de cachorra mesmo", afirmou. E acrescentou: "Mas chamar alguém de cachorro não é ofensa. Os cães são mais amigos e leais do que muito ser humano por aí". Durante os 29 dias em que a pequena T.E. ficou sob os seus cuidados provisórios (os papéis para formalizar a adoção estavam correndo na Justiça), a procuradora a manteve trancafiada em um quarto. T.E., afirmam testemunhas, era alvo de xingamentos constantes e recebeu tantas surras que mal conseguia abrir os olhos, de tão inchados. Foi nesse estado que representantes do conselho tutelar a encontraram quando foram à casa de Vera Lúcia, movidos por uma denúncia anônima. T.E. passou três dias no hospital para tratar dos ferimentos. Hoje, de volta ao abrigo de menores onde vivia, ela pouco come e quase não fala. Quando um estranho chega perto, assusta-se e foge.
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Desde o dia em que chegou à casa da procuradora, no último 17 de março, T.E., a quem Vera Lúcia chamava de Bia, foi alvo de sua ira - segundo relatam as empregadas. "A patroa tapava o nariz da menina e enfiava a comida com a mão dentro de sua boca. Puxava o cabelo dela e a fazia bater a cabeça numa mesa de mármore com toda a força", conta Luzia de Almeida. Aos berros, Vera Lúcia ainda xingava: "Prefiro mil vezes meus bichos a você, sua sem-vergonha. Você é safada igual à sua mãe". A mãe de T.E., que vive de bicos no Rio, teve a menina com um italiano que nunca a registrou como filha. Abandonou-a por duas vezes, mas hoje, sem se identificar, afirma: "Quero reaver a guarda da minha filha". O quadro da menina preocupa os especialistas que a acompanham. Foram tantas as pancadas na cabeça que não se sabe se haverá sequelas neurológicas. Por decisão da Justiça, Vera Lúcia terá de custear o tratamento psicológico de T.E. e lhe pagar uma pensão mensal equivalente a 10% de seus rendimentos enquanto viver. Apesar da bruxa processada, não é um final de conto de fadas.

No site da VEJA tem um trecho da entrevista com a procuradora Vera Lúcia. Para saber na íntegra a entrevista e a reportagem, só comprando mesmo a revista.

Tirem suas conclusões e vamos mandar boas energias para essa criança, pois essa sim não tem culpa de absolutamente nada.

Só posso mais uma vez perguntar, Que país é esse?





Um comentário:

Nanael Soubaim disse...

Sim, boas energias para a criança e despertar a vocação monástica dos editores, para que gente com vocação para a boa informação tome a revista.

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